quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Em recuperação, mercado de carros usados apresenta crescimento expressivo em 2017


O comércio de carros usados, no ano passado, registrou um aumento simbólico de apenas 0,01% nas vendas em comparação a 2015. Se tratando de usados no geral, incluindo, por exemplo, motos e caminhões, o resultado foi desfavorável: o mercado não conseguiu se recuperar, vendendo 10 mil veículos a menos em relação ao ano anterior. Os números negativos, porém, parecem ter ficado no passado: até julho deste ano, 450 mil carros usados a mais foram vendidos – se comparado à mesma época no ano passado.

Em meio a economia ainda frágil, o mercado de usados começa a se recuperar depois de dois anos de retração. O número acumulado de carros usados vendidos nesse ano registrou, em julho, um aumento de 9,29% em relação ao mesmo período de 2016. Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), é o maior crescimento do mês desde 2011, quando foi computado um aumento de 9,42%.

A evolução no comércio dos usados é sinal de que o brasileiro não deve parar de comprar carros. Entretanto, os automóveis de segunda mão, atualmente, são a opção mais pretendida pelos consumidores.

Os números das montadoras

A porcentagem da Volkswagen, da General Motors e da Fiat no número acumulado de vendas de carros usados diminuiu, mas elas são as únicas marcas a terem vendido, até agora no ano, um total de mais de 1 milhão de carros usados. Apenas 13 mil carros a mais de diferença coloca a General Motors a frente da Fiat no ranking, e a Volks, montadora do Gol, o usado mais vendido do país há anos, com quase 1 milhão e 150 mil automóveis usados negociados em 2017, se mantém isolada na frente por uma diferença de pouco mais de 80 mil carros.

Dentre os usados mais vendidos da GM em julho, destacam-se o Celta e o Corsa, dois carros populares que estão entre os seis mais vendidos do mês, além do Classic, que teve quase 20 mil modelos negociados. A Fiat, com os compactos Uno e o Palio, ocupa respectivamente segundo e terceiro lugar na lista dos modelos mais vendidos do mês.

Quanto ao ranking por montadoras, em março, a Fiat fechou o mês como a segunda colocada. Por se tratar do primeiro trimestre do ano ainda, levantou-se a possibilidade dos italianos desbancarem a General Motors e emplacarem na vice-liderança. Porém, o máximo alcançado nos meses seguintes foi a mesma terceira colocação ao qual se encontram hoje. A diferença, no entanto, como dito acima, é curta, podendo haver uma troca de posições até o fim de 2017.

A Ford, quarta colocada, vendeu 80 mil usados em julho, dentre os quais se destaca o Fiesta, que foi o sexto carro usado mais vendido do mês, porém, ela não chega a ameaçar a hegemonia das três primeiras ranqueadas. Com mais de meio milhão de carros usados vendidos neste ano, o seu crescimento em relação ao ano passado é de 9,6%, e, por isso, há a esperança de que a diferença para a Fiat seja diminuída. Entretanto, a marca italiana ainda está com o dobro de usados vendidos.

Renault, Honda, Toyota e Hyundai cresceram em relação ao acumulado das vendas de 2017. A proporção dessas montadoras no mercado se mostra cada vez maior com o passar dos meses. As quatro, juntamente com a Ford, fizeram com que a hegemonia da Volkswagen, da General Motors e da Fiat diminuísse no mercado de carros usados. A percentagem dessas grandes vendedoras diminuiu. Porém, se somar todos os automóveis usados daquelas quatro marcas vendidos até o fim de julho, o montante ainda não se aproxima nem dos números da Fiat.

Volkswagen segue líder, mas diferença cai

A montadora alemã continua sendo a preferência dos compradores entre os usados. Só em julho, quase 180 mil carros usados da Volkswagen foram vendidos. Entretanto, por mais que a liderança tenha sido mantida, a diferença de vendas para a segunda colocada no ranking vem caindo desde 2012. À época, a Volks chegava, ao longo dos meses, a ter uma participação no mercado 4% maior que a vice-líder – atualmente, a diferença é de 1,5%.

Não só a diferença para a vice-líder, mas também para todas as outras montadoras. Em relação a dezembro do ano passado, quando foram fechados os números de 2016, tanto a própria Volks quanto a Fiat, terceira colocada nas pesquisas, tiveram um decréscimo na porcentagem de participação no acumulado de vendas de usados no ano. A General Motors, segunda colocada, cresceu em apenas 0,02% a sua proporção.

A imagem acima também evidencia o fato de que marcas como Ford, Renault e Honda, que normalmente não atingem nem ao menos metade dos números da Fiat, estão com uma maior porcentagem de participação no mercado, ganhando cada vez mais importância no mesmo.

Vender um carro pela internet pode ser seguro

Atualmente, em quase todos os casos, está valendo mais a pena comprar um usado do que um carro novo. Seja para baratear os gastos com o automóvel ou mesmo para trocar para um veículo melhor, os carros usados estão voltando a receber a atenção dos consumidores, algo que não se viu nos últimos dois anos.

Nos dias de hoje, principalmente por causa da internet, é fácil de se vender um carro usado. Formas mais tradicionais se mantêm forte entre os brasileiros, como, por exemplo, negociar o usado em um feirão de automóveis, que geralmente acontece aos domingos. No entanto, a web revolucionou a forma de se comercializar qualquer tipo de produto.

É comum encontrar por sites de vendas na internet, como a OLX ou o Mercado Livre, anúncios de carros usados. Existem também portais que oferecem as mais completas informações dos veículos, como quilometragem, defeitos aparentes e outros detalhes que podem ser interessantes para quem pensa em comprar um carro. Entretanto, para o consumidor, um dos maiores problemas de negociar por esses meios é a questão da segurança na hora da venda.

Pensando nisso, recentemente surgiu a Instacarro A empresa oferece uma estrutura que vai desde a captação de lojistas até as oficinas especializadas em avaliar o valor do carro. Também negociam o veículo em até uma hora e meia, prezando pelo mínimo esforço dos interessados em vender carros. Uma vez que o preço é estimado, o veículo é oferecido a diversas concessionárias e lojistas de todo o Brasil. A plataforma é novidade no país, e as operações foram iniciadas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Fonte: http://exame.abril.com.br/negocios/dino/em-recuperacao-mercado-de-carros-usados-apresenta-crescimento-expressivo-em-2017/